Creta - Museu e Fortétsa Veneziana

O dia estava maravilhoso e, após termos conhecido o palácio de Cnossos, resolvemos conhecer as obras do palácio que estão no museu arqueológico. Para nossa surpresa, o museu estava fechado para reforma, mas as principais peças estavam em uma exposição temporária em um espaço anexo. De certa forma foi melhor, pois assim perdemos menos tempo no museu e sobrou mais tempo para passear o resto do dia.

Dentre os achados de Cnossos, estão essas Deusas das Cobras. As deusas ou sacerdotisas são retratadas com os seios expostos, com um rico vestuário. Os seios sugerem sua capacidade como uma deusa da fertilidade. A cobra e o felino na cabeça são uma alusão a sua dominação sobre a natureza. As estátuas são datadas de 1600 a.C.

Outra peça fantástica é o afresco do pulo sobre o touro, que descreve uma perigosa cambalhota feita por um homem enquanto duas mulheres observam (sabemos isso porque eles pintavam mulheres na cor branca e homens em tons mais escuros). Evidências indicam que, no palácio, havia jogos e disputas que envolviam o uso de touros e, por consequência, muitos atletas se feriam e morriam nessas atividades.

O afresco abaixo descreve um jovem ricamente adornado, carregando um vaso.

O interessante nessa imagem é o quase imperceptível bracelete em seu punho esquerdo. Na verdade, o que ele está usando é uma pedra com desenhos, que, nessa época, servia como forma de identificação, determinação da classe social e como amuleto da sorte. Foram encontradas várias pedras com desenhos e materiais diferentes.

Estou contando tudo isso para dizer que, quando os exploradores chegaram em Cnossos, acharam tribos que usavam braceletes como amuletos e havia um em especial que era dado a novas mães para que elas tivessem leite em abundância para seus recém-nascidos. E há, ainda, alguns estudiosos que dizem que o famoso amuleto contra o mau olhado (olho azul, que alguns chamam de olho grego e outros de olho turco) seja uma derivação dessa crença.

Fim do museu. Fomos explorar os arredores da cidade e a primeira parada foi no velho porto onde entramos na fortaleza Veneziana, uma estrutura maciça de 1523 que conseguiu repelir os ataques turcos no século XVII.

Pelo excelente estado de preservação, ao entrar podemos ter uma boa ideia do que a fortaleza foi em seus dias de glória.

Em seguida, pegamos nosso Jimny para Réthymno, uma cidade greco-romana que serviu de exílio para estudiosos e artistas fugidos de Constantinopla. Paramos no porto onde há um farol do século XIII.

Almoçamos por aqui apreciando a vista do porto.

Mais acima, na colina, há uma enorme “Fortétsa Veneziana”, construída no século XVI para defender a cidade dos constantes ataques piratas. Mas nosso tempo estava muito apertado e não pudemos subir para conhecer (fica para a próxima!).

Nosso voo era a apenas três horas e, malandramente, já estávamos com nossas malas no carro. Somando uma hora de retorno e uma hora de antecedência para o check-in, corremos para o carro, já que não havia muito espaço para atrasos e possíveis erros de trajeto. Nem preciso dizer que pisei fundo, né?!

Aliás, teve mais um detalhe para dar uma emoção extra. Nós iríamos devolver o Jimny para a senhora que nos entregou no hotel. O combinado era encontrar com ela no embarque às 19h, já que a agência não tem loja no aeroporto. Acabamos chegando 18h15min e, antes das 19h, já havíamos feito nosso check-in. E nada de a senhora aparecer... 19h20min e nada, já estava decidindo levar a chave comigo quando anunciaram pelo auto-falante do aeroporto que estavam me esperando no guichê da informação, ufa! Mas era claro que não ia dar certo, a senhora mandou outra pessoa que não nos conhecia e vice-versa. Mas tudo resolvido e embarcamos para Rhodes. Mas isso fica para o próximo post.