26.10.10

Nossa viagem pela Anatólia, interior da Turquia, tal como uma peregrinação, foi longa e a cada dia um pernoite em um lugar diferente. Por isso, acordamos cedo para o café-da-manhã e logo embarcamos de mala e cuia rumo à região da Capadócia, com uma única parada na cidade de Konya. Não por pouco, ali se encontra o museu do Mevlana. Mas, para entender a importância, preciso contar a história do Jalal ad-Din Muhammad Rumi, um místico sufi também conhecido como Mevlâna, ou Rumi.




Mevlana fundou e difundiu a Ordem dos Dervixes Rodopiantes, que prega a tolerância, a compreensão e a misericórdia. Os membros do sufismo, chamados de sufis ou sufistas, procuram uma relação direta com Deus por meio de cânticos, músicas e danças. E esse último é que os fazem exóticos e interessantes. A dança acontece em um ritual em que, por meio de uma concentração incomum, os dervixes rodopiam no próprio eixo por volta de 10 minutos e, ao terminarem, voltam a andar normalmente até recomeçar. Esta dança se repete por quatro vezes. Ao rodar, os dervixes projetam uma mão virada para cima e a outra para baixo, simbolizando a bênção do céu e a comunicação com a terra.
Konya é a cidade mais religiosa da Turquia e a pátria do Sufismo. Aqui acontecem encontros mundiais em que até representantes brasileiros participam. Inclusive, nossa guia nos contou um fato histórico protagonizado por uma baiana que inovou nas vestimentas usuais ao participar com roupas coloridas ao invés do tradicional branco purificação. Desde então, muitos dervixes no mundo adotaram o uso de cores. E, no encontro seguinte, dizem que as apresentações públicas eram lindas, com vários dervixes rodopiando em cores diversas.

O museu abriga o mausoléu do Mevlana, assim como o de seu pai, além de tapetes, manuscritos, instrumentos musicais e uma coleção incrível de belas cópias do alcorão. Para entrar é preciso colocar um saco protetor no sapato e infelizmente é proibido tirar fotos no seu interior.







Do lado de fora, há dezenas de lápides com inscritos e um gracioso chapéu. Alguns ainda estão em cima das sepulturas.






Findo o passeio, continuamos viagem até a Capadócia. No caminho, nossa guia nos lembrou que teríamos dois opcionais no roteiro, que seriam: o show turco, naquela noite, e o passeio de balão. E claro que os perrengueiros se inscreveram nos dois. Depois, ela nos avisou que, apesar de ter uns belisquetes e birinights no show, o melhor seria comer no hotel, mesmo porque o jantar já estava incluso.

Ao chegamos ao restaurante do show, fomos recepcionados por um grupo de homens e mulheres que, à primeira vista, achamos que seriam os garçons da casa. Mas, uma vez acomodados em nossa mesa no salão redondo, percebemos que aquelas pessoas desafortunadas de beleza e baixinhas eram, na verdade, os dançarinos do show.


Os homens pareciam parentes do Saddam e as mulheres, bem, eu diria que é melhor a humanidade não depender delas para a continuação da espécie. Posso estar sendo maldoso... Hum, concluam:





Bom, o show é interessante, mas se limita a danças tribais que podem lembrar qualquer tribo indígena. São passinhos de roda com roupas brilhantes e simples, onde os homens e mulheres se revezam nas rodas.










Ficamos sabendo que, entre os dançarinos, havia uma brasileira. Então, entra uma dançarina para executar a dança dos sete véus e a dança do ventre. Não era nenhuma das dançarinas anteriores. Essa tinha um corpo mais bonito e mexia os quadris de tal maneira que adivinhamos na hora que se tratava da brasileira. 











Definitivamente o ponto alto do show foi a brasileira dançando uma versão estilizada do ritual dos dervixes. Realmente incrível!





E, ao final, vimos o ritual da festa do casamento.




Como não podia deixar de ser, após o show, o DJ atacou de Macarena e foi o pretexto que nossos amigos argentinos queriam para cair na pista e se acabar de dançar. Em nossa homenagem, ele tocou "Bomba" dos Bragaboys e continuou com YMCA, I will Survive e o povo se acabou...






No show, havia turistas de toda parte, mas obviamente somente nós - os latinos - é que ficamos dançando até sermos “expulsos” da casa. Na volta para o hotel, brasileiros, espanhóis e argentinos só falavam de como foi legal e divertido ter podido dançar e beber para relaxar das longas viagens de ônibus.

Próximo post: Capadócia, com a visita à cidade subterrânea de Ozkonak. Não percam!

3 comments :

  1. Ilustres perrengueiros!! Muito bom mesmo o post, dei risada pra caramba!! Foi que nem a noite de vocês, começou meio sério, mas depois desandou.. huauhahuauhauha

    "aquelas pessoas desafortunadas de beleza (...) eu diria que é melhor a humanidade não depender delas para a continuação da espécie"

    Além de desafortunadas uma brasuca ainda desbanca elas na dança dos 7 véus?? Aí é covardia!! huahauhauhauh

    Até que os belisquetes e birinights renderam bem a noite!! Já vou ficar na expectativa do próximo post, valeu por alegrarem minha manhã de sabadão!!

    PAZ! Michel
    www.rodandopelomundo.com

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  2. Valeu Michel! Seus comentários são ótimos! Eu fico esperando para recebê-los!!! Prepare-se: Capadócia vem aí!!! Bjs, Lu.

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  3. Michel, olha que nem falei sobre a performance de um Japonês (ou similar) em um dos vídeos acima. A vergonha alheia rolou solto no show "plataforma" turco. Pena que não vimos mais a brasileira pois daria os parabéns. E vou dizer ainda que foi a dança estilo dervixe mais bonita que vimos na viagem.

    Abraços!

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