30.10.10



Mais um dia lindo de céu aberto e ensolarado em Istambul e começamos nos perdendo para entrar no famoso Palácio Topkapi. Descemos do metrô no ponto do palácio mas, apesar de não saber direito se estávamos certos, fomos subindo rua a dentro em busca da entrada. No meio do caminho, encontramos o lindo portão do Museu de Arqueologia de Istambul e até pensamos estar no caminho errado, mas prosseguimos assim mesmo para ter certeza.









A subida é bem extensa e, ao final, chegamos a uma praça onde havia muita gente se aglomerando em frente ao imponente portão de entrada do palácio.







Na lateral do portão, nos assustamos quando vimos vários guichês, grandes filas em cada um deles e nós, sem saber onde ir, pegamos uma qualquer. Logo percebemos que muitos outros turistas também. Percebi que a fila quase não andava e, cada vez que chegava a vez de alguém, a pessoa ficava discutindo com o atendente e acabava saindo. Mesmo sem entender turco, tentei ler as placas para saber o que estava acontecendo. Até que saquei que aquela era uma fila exclusiva para os turcos! Outra coisa importante que descobrimos foi que o palácio, sendo um museu, fechava as 19:00 mas que o Harém, fechava as 17:00. É claro que eu não podia deixar de ver o Harém do palácio, que, aliás, é um valor à parte do ingresso.

Passando a entrada próxima da bandeira da Turquia, alugamos um audioguia, paramos para ver uma maquete do palácio e ler um pouco de sua história.






O Palácio de Topkapi foi a sede administrativa do Império Otomano, um dos três maiores impérios do mundo. É, sem dúvida, o mais importante sítio histórico a ser visitado em Istambul. Após a conquista de Istambul, Fatih Sultan Mehmet viveu em um palácio bastante pequeno em Beyazit, perto do Grande Bazar e, entre 1475 e 1478, ordenou a construção de Topkapi sobre as ruínas de uma cidade romana. Nos séculos seguintes, todos os sultões enriqueceram e ampliaram o palácio com novas construções até o século XIX, quando eles o abandonaram.


O palácio tem uma das mais ricas coleções do mundo, com itens das dinastias de Habsburgos da Áustria e dos czares russos. Estão documentadas em seus arquivos cerca de 65.000 peças, só que apenas dez por cento deste acervo é exposto por falta de espaço e de pessoal. Com 69 hectares e cerca de 5000 pessoas que viviam no palácio, entre os membros do palácio, altos gerentes, serviçais e soldados, o palácio era uma cidade por si só.

Começamos a visita pela Sala do Chafariz, um corredor que servia de entrada para o Harém, que era guardada pelos eunucos. Aqui, o Sultão entrava com seu cavalo e desmontava sobre uma plataforma. Já começamos a observar a beleza que veríamos nos demais ambientes do palácio.





Em seguida, chegamos ao Pátio dos Eunucos do Harém. No primeiro pátio do palácio, há um complexo que inclui o dormitório dos eunucos e os quartos do chefe dos eunucos.





Um enorme espelho do século 18 adorna o corredor que dá entrada ao Pátio das Concubinas à esquerda, ao Pátio da Rainha Mãe ao centro e aos Quartos do Sultão à direita.





Seguimos pela esquerda pela Passagem das Concubinas até o pátio.









Chegamos aos Apartamentos da Rainha Mãe, um amplo espaço com a Sala da Cama e a Sala de Reza com paredes decoradas com cenas do século 19.












Uma passagem liga esse ambiente ao banheiro da Rainha Mãe e aos Quartos do Sultão.


















Infelizmente, nossas fotos não fazem jus à beleza desse ambiente.

A seguir, vocês podem ver o maravilhoso Salão Imperial. Este salão, construído no século 16, servia de recepção oficial do Sultão e como sala de entretenimento do harém.





Esse sofá era o trono onde o Sultão se sentava e, ao lado, na galeria, ficavam as esposas do Sultão comandadas pela Rainha Mãe.





Comparado ao Salão Imperial, o Quarto do Sultão Murad III é menos grandioso, mas não menos bonito. E nem adianta procurar por móveis, a cultura era totalmente baseada em tapetes de linha de seda (que aqui foram removidos).





As paredes são decoradas com azulejos de Iznik do século 16 e versos do Alcorão inscritos em letras brancas sobre um fundo azul.






Nesse aposento, também há uma bela fonte que servia ao Sultão para o ritual de purificação.





Passamos ainda pelos belos Apartamentos do Príncipe Coroado.





O príncipe coroado e outros príncipes eram disciplinados na cultura do Harém Otomano até chegarem à idade adulta. Então, eram enviados como governadores nas províncias da Anatólia, nas quais eram treinados em administração dos assuntos do Estado. A partir do século 17, os príncipes passaram a viver no Harém e começaram a ter voz na administração do palácio.






Logo em seguida, chegamos ao Pátio das Favoritas. As favoritas eram tidas como instrumentos da perpetuação da dinastia na organização do harém. Quando as favoritas engravidavam, assumiam o título e os poderes da Kadinefendi, a companheira oficial do sultão.





Em outra parte do complexo que é o Palácio, há um pátio com uma fonte que infelizmente estava em recuperação. Mas vale a foto.





Nesse pátio, há uma varandinha romântica coberta e com uma fabulosa vista para o Mar de Marmara. Aqui, o Sultão tomava o café-da-manhã observando sua cidade.









Pelo pátio, temos acesso ao Pavilhão Baghdad, que foi construído após 1638 em comemoração à campanha de Murad IV em Baghdad. Para nós, é o ambiente mais bonito de todo o palácio.








Todos os ambientes têm cúpulas muito bonitas, mas essa eu tenho que dar destaque.






Detalhes em madrepérola, casco de tartaruga e azulejos do século 17 nas paredes e janelas.





O Pavilhão de Verão era usado para a cerimônia de circuncisão do príncipe coroado.





Ainda havia várias outras construções a visitar, porém, com o tempo se esvaindo, tivemos que começar um “tá visto” e partir para os pontos principais do palácio.














Partimos para as salas contendo os tesouros do palácio, que infelizmente não pudemos fotografar. Lá, vimos lindas jóias, adagas de esmeraldas, berço de ouro, diversos diamantes enormes, espadas dos sultões, vasos decorados de ouro e rubis, espelhos de jades, maravilhosos tronos e outros diversos presentes de outras nações.


Visitamos, também, uma sala com as relíquias mais sagradas do mundo muçulmano. Entre várias peças, estão o crânio e o Braço de São João Batista, o cajado de Moisés, o turbante de José e vários pertences do Profeta Maomé, como seu dente, barba, sabres de guerra e outros. Confesso que nessa sala nós nos sentimos no museu do Acredite se Quiser!


Para ver esses e outros tesouros acesse esse site que eu achei (Treasury Room – ITreasury Room – II , Treasury Room – III , Treasury Room – IV )


Infelizmente, o horário de visita do Palácio chegou ao fim e começamos a ser expulsos. Antes, ainda deu tempo de ver e reconhecer o Portão da Felicidade, retratado em uma famosa pintura (veja: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Konstantin_Kapidagli_001.jpg).


Nesse monumental portão do século 15, o Sultão se sentava em seu trono para participar de cerimônias religiosas e era também onde se dava o funeral deles. Uma pequena pedra marca o local em que era colocado o estandarte do Profeta. Esse mesmo estandarte era confiado ao Grão Vizir ou Comandante ao sair para a guerra.






Com o tempo esgotado, deixamos de visitar diversas partes do palácio, precisaríamos de mais um dia para ver tudo. Vai ter que ficar para a próxima vez.


Na saída, paramos para sentar e descansar e ganhamos uma companhia garantida em qualquer lugar de Istambul.







O dia ainda não havia terminado, ainda fomos conhecer o famoso Grand Bazar, mas isso eu conto no próximo post. Até!


(para conhecer um pouco mais do palácio veja o vídeo: www.youtube.com/watch?v=0zvyMapOP5c)


2 comments :

  1. Que demais!!! Quero muito ir no próximo ano! Parabéns!

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  2. Vá sim!!! Não tem como não se apaixonar pela Turquia!!! Boa viagem! E valeu pelo comentário!

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