9.6.12

Devo começar a contar nossa aventura na Rússia pelo aeroporto, pois, quando chegamos, vimos duas filas, uma bem maior que a outra. Como não sabíamos qual pegar, escolhemos a maior, crentes que esta seria a dos estrangeiros e a menor só para os russos. Mas, depois, vimos que dava no mesmo, não há separação entre russos e turistas.

Graças à dica da Natália Gastão, do blog Ziga da Zuca, reservamos nosso táxi pela internet (way to Russia). Foi o tempo certinho de pegar as malas, trocar alguns Rublos na casa de câmbio e encontrar nosso motorista do lado de fora. Aliás, a começar por ele, deu para ver que os russos são bem pé-de-chumbo.

Chegamos de madrugada, arrasados pela viagem e com fuso de sete horas a mais que o Brasil. Nada mais a fazer senão dormir até meio dia do dia seguinte.

No nosso primeiro dia, após quase 20 horas de aeroportos, voôs e translados, juntamos forças e nos jogamos à rua. Para nossa grata surpresa, em frente ao hotel, havia uma feira livre, onde compramos frutas para o lanche do dia. Mais adiante, chegamos na rua Arbat, que é só de pedestres e muito movimentada, cheia de artistas de rua, restaurantes e bares.







Bem no meio da rua, encontramos um grupo de pessoas rodeando um casal de noivos e um deles estava realizando a cerimônia ali mesmo (ou será que era uma brincadeira?)!




Os amigos ficam em volta, há cinegrafista e fotógrafo para registrar tudo. E o mais legal era os padrinhos, que também estavam bem arrumados e seguravam ursinhos de pelúcia. Vai entender!




Andamos até o final da Arbat, até chegar ao Kremlin, que fecha às 17 horas e, por isso, só tiramos umas fotos e fomos andar pelos jardins de fora.







O jardim leva o nome do Czar Alexandre I, que governou durante a restauração da cidade - incluindo o Kremlin -, após a guerra contra Napoleão.




Sentamos no banco do jardim para descansar da longa caminhada, quando vimos ao longe um casal de noivos andando de patins pelo parque. Parecia até brincadeira, mas, pelo que veríamos nos dias seguintes, noivos andando a caráter na rua é a coisa mais normal na Rússia.





Gostamos particularmente de uma das fontes do jardim. Ela tem vários cavalos cercados por jatos d´água, e o mais legal é que atras da fonte há jatos d´água que saem da parede e formam um arco sobre a passagem, que vira um atrativo para crianças e adultos.






Aos pés da Torre do Comandante, na muralha do Kremlin, há uma espécie de gruta com um memorial dentro. 



Aqui, vi uma cena curiosa e que ainda não consegui decifrar. Vejam, na foto, que os russos se penduravam nas paredes catucando os buracos com arames. Fiquei um tempo olhando a cena e, enquanto saía, ouvi o barulho de moedas caindo ao chão e pensei que deveria ser isso que eles estavam caçando.




Nos jardins de Alexandre, encontra-se, também, o túmulo do soldado desconhecido da Primeira Guerra Mudial e uma tocha guardada por soldados.






Saímos do jardim e nos aproximamos do Portão da Ressurreição, uma das entradas da Praça Vermelha. Ali se encontra a pequenina Capela Iverian, que o Czar sempre visitava antes de entrar no Kremlin.





Em frente à capela, no solo, há um círculo dourado com desenhos dentro, onde eu vi a cena mais inusitada da viagem. As pessoas ficam em pé no centro do círculo, em cima de um desenho e de costas para a capela, e jogam moedas para trás. E é ai que aconteceu: um russo quase que imediatamente se abaixou e catou as moedas sem nenhum pudor e ninguém pareceu achar estranho além de mim! Logo pensei: nenhuma fonte da Rússia deve ter moedas no fundo, eles devem catar todas!

Tentamos, então, entrar na praça pelo portão. Porém logo vimos que estava fechado, apesar de haver algumas poucas pessoas do lado de dentro. E foi aí o nosso primeiro perrengue, pois descobrimos, na internet, que a praça estava fechada do dia 8 até 12 de junho, quando se comemora o dia nacional da Rússia. Ficamos prostrados, em total frustração, por uns cinco minutos, já que, com isso, ficaríamos sem poder ver as principais atrações de Moscou. Bom, nossa sorte é que iríamos embora no dia 13 e teríamos ao menos um dia para vê-las. Recuperados do susto, voltamos e tiramos algumas fotos da praça com o palco do show já armado. 






Resolvemos, então, visitar o Teatro Bolshoi, no qual é possivel chegar a pé.

Na praça Teatralnaya, ficam o Teatro Malyy, um dos mais antigos de Moscou, a Academia de Teatro Jovem Russo, o Bolshoi e o "Pequeno" Bolshoi, onde os eventos estavam acontecendo durante as reformas do principal. 



 

O Bolshoi já está todo reformado e voltou a funcionar normalmente. Mas, para visitar, é preciso comprar o tour guiado que acontece às segundas, terças e quartas, apenas uma vez ao dia, às 14 horas. Os ingressos começam a ser vendidos ao meio dia, só que, segundo o senhor que nos prestou estas informações, as pessoas fazem fila umas duas horas antes, pois são apenas 15 ingressos por dia.




Aproveitamos para explorar a região e, com a ajuda do guia que compramos, vimos o bonito Hotel Metropol, um dos maiores de Moscou, que foi construído entre 1889 e 1905. Sua impressionante fachada de painéis de cerâmica chama a atenção de longe. E, de perto, pudemos apreciar os detalhes do painel que retrata cenas baseadas na peça La Princesse Lointaine de Edmond Rostand, o mesmo autor de Cyrano de Bergerac.






Subimos a rua Nikolskaya até chegar à praça Lubyanka. Segundo nosso guia, a praça é sinônimo de "terror" e da polícia secreta que trazia terror aos corações de gerações de cidadãos soviéticos, já que é aqui fica o prédio da antiga KGB.




Como um infeliz contraste, havia na frente da KGB uma loja de brinquedos, ocupando um prédio inteiro. Hoje, o prédio está em reforma e deve virar escritórios, entretanto a fachada das obras ainda revela seu antigo propósito.




Demos uma volta na praça até encontrar a entrada do museu que fala sobre a vida e obra do poeta revolucionário Mayakovsky. Infelizmente, como quase tudo na Rússia, ele fecha às 17 horas e não conseguimos entrar.



Voltamos pela mesma rua para explorar melhor a área e tentar achar como entrar no famoso shopping GUM, uma vez que a única entrada que conhecíamos era justamente pela Praça Vermelha. Acabamos entrando numa ruazinha muito chique e cheia das mais famosas lojas de marca.







Mas não achamos o GUM. Já estava tarde e deixamos para procurar no dia seguinte. Vejam no proximo post!


16 comments :

  1. Fabi
    Nossa, tanta coisa diferente sobre os hábitos e costumes dos Russos. Quem diria que há os supersticiosos e os caras de pua que não vacilam em furtar as moedas com pedidos. A visita ao Bolshoi ser restrita a apenas 15 pessoas em 3 dias da semana. Interditaram o Kremlin tantos dias,Além, das atrações fecharem às 17h. Sensação de danem-se os turistas...rs! Pra não se aborrecer só mesmo conumindo vodka, tim tim!

    ResponderExcluir
  2. Fabi
    Moscou, embora vendo algumas atrações à distância, é delicadamente bonita. Fontes e praças limpas e o mais bonito mesmo é ver o povo disfrutando do seu belo espaço público. Crianças brincando em fontes, ao invés, de menores abandonados tomando banho e usando drogas.

    ResponderExcluir
  3. Fabi
    Essas noivas todas tão inusitadas foi o maior mistério pra mim. Será que era dia de aluguma coisa? Não quis crer que seja normal andar de patins e, menos ainda, formaliçar uniões nessa irreverência toda. Se for isso mesmo, o final do relacionamento também se dará tão tranquilamente? Acho que tem ainda mais descontração rs!

    ResponderExcluir
  4. Já deu pra sentir a arquitetura é bem diferente de tudo que a gente já viu. Muito bacana! Conyinuem nos contando. Não percam o fôlego! Beijos,
    Patrícia T.

    ResponderExcluir
  5. Caramba, Lu! Muito legal a viagem pela Rússia, hein? As fotos estão ótimas. Foi uma pena a surpresa com os dias fechados por festa nacional ente 8 e 12 de junho! Que falta de sorte!! Mas ainda bem que vocês encontraram uma saída para aproveitar a viagem e continuar desobrindo coisas especiais no local para curtir a viagem e informar pra gente! Parabéns pelo post!! bjs

    ResponderExcluir
  6. Que legal! Voce já está postando sobre sua viagem. Muito legal para matar as saudades..
    .

    ResponderExcluir
  7. Muito show, Lu Tesch, estou conhecendo o mundo com o seu blog...

    Vocês já pensaram em ir na Mongólia???

    ResponderExcluir
  8. Oi Flora! Pois é! Já começamos a postar! Vem muita coisa aí para vc matar as saudades! Bjs!

    ResponderExcluir
  9. Oi Rodolfinho! Já pensei em ir sim, mas ainda está muito distante nos planos concretos por enquanto. Ainda tem muita coisa pra ver nesse mundão! Que bom que vc está viajando com a gente! Fico muito feliz! Bjs.

    ResponderExcluir
  10. Oi Mário! Verdade, tudo no final acabou dando certo! Sem uns perrenguezinhos não tem graça, né? Valeu! Bjs.

    ResponderExcluir
  11. Ai, deu uma saudade...
    Que bom que o taxi funcionou direitinho, uma mão na roda né?!
    Adorei os noivos de patins, aliás como tem noivos!!! Muito legal!
    Naquela fonte dos cavalos, nós vimos um russo ficar de cueca, e pular de mureta altinha do jardim, os guardas estavam lá, mas ninguém se abalou. Ele, por sua vez, mergulhou e saiu em seguida, só para se refrescar mesmo. Adorei!
    Moscou me ganhou rapidinho, apesar de toda a barreira linguística.
    Beijinhos!

    ResponderExcluir
  12. Oi Natália, funcionou superbem!Excelente dica!Obrigada! Bjs.

    ResponderExcluir
  13. Oi, Luciane e Bruno! Obrigada pela visita no Cadernos de Viagem. Adorei rever Moscou neste post! Eu passei por um pequeno "perrengue" e só percebi sua extensão ao voltar de viagem... Minha câmara quebrou em Moscou e, mesmo antes de ela quebrar de verdade, a qualidade das fotos já não estava muito boa, mas só deu pra perceber na tela maior do computador... Ainda bem que me desapeguei e comprei uma substituta antes de ir pra Sao Petersburgo. As fotos de vocês estão lindas! Vou voltar para acompanhar o relato de vcs.

    ResponderExcluir
  14. Oi Wanessa! Caramba! Imagino o seu susto! Quero ver seus posts também!!! Bjs.

    ResponderExcluir