Começamos o
dia explorando os arredores do nosso hotel, que, para os nossos
propósitos, fica bem localizado, pois chegamos a todas as atrações
a pé (mais sobre o hotel, acesse aqui). A única exceção foi nesse dia, mas por um motivo muito
nobre, como vocês verão mais à frente.
Como esse
seria nosso último dia na Irlanda e eu não havia provado o famoso
café da manhã irlandês, fomos em busca de um restaurante que
servisse a iguaria. Achamos um a duas quadras do hotel, bem
movimentado e com uma ótima aparência. Escolhi a opção “Full
Irish Breakfast”, que é composto por ovos, bacon, linguiças,
batatas, feijão e algo que mais parecia com uma fatia de chouriço.
Ou seja, uma refeição bem leve para começar o dia!
No mesmo
restaurante, fomos servidos por uma garçonete brasileira que já
estava morando na Irlanda há três anos. É como eu sempre digo,
somos um povo como as baratas, quando o mundo se acabar em bombas
atômicas, vão restar as baratas e os brasileiros espalhados pelo
mundo.
Seguimos adiante e passeamos com mais calma pela O'Connell Street. Paramos para
apreciar o belo prédio dos Correios. A maioria dos prédios
originais da rua foram totalmente destruídos no Levante da Páscoa
de 1916. E o General Post Office teve papel importante à época,
quando em suas escadas foi lida a Proclamação da República
Irlandesa.
No Post
Office, havia uma estátua curiosa que descobrimos ser do mítico
guerreiro irlandês Cúchulainn, em homenagem aos que lutaram no
levante da Páscoa.
Quase no meio da rua O'
Connell, há um espigão incrivelmente alto, com 120 metros de
altura e que, a principio, não tem finalidade alguma. Trata-se do
“Monument of Light” e é tudo o que sei.
A rua tem
muitos prédios modernos, com lojas, cafés e restaurantes e, mais
próximo à ponte, vimos a estátua em homenagem a Daniel O'Connell,
que era conhecido como "O Libertador". Ele era capaz de juntar até um milhão de pessoas em eventos para a emancipação católica.
Seguimos
pela margem do rio Liffey até o grandioso prédio do Custom House,
que já serviu de alfândega e, agora, funciona como escritórios
para o governo.
Na margem
oposta, procuramos um ponto de ônibus que nos levasse à próxima
atração do dia. E a mais esperada por mim desde que chegamos à
capital da Irlanda: a fábrica da GUINNESS, a cerveja mais popular da
Irlanda e famosa em todo o mundo.
Já ao
descer na parada do ônibus, virei criança a caminho da Disney.
Queria tirar fotos de tudo com a marca GUINNESS.
Dentro da
GUINNESS Storehouse, pude ter noção do parque de diversões de
adultos que eles montaram. Uma experiência que nos leva a conhecer a
história completa, desde a seleção dos ingredientes, como a
cevada, o levedo e a água. Tudo com explicações interativas.
A água vem
de uma fonte própria e é um dos segredos dessa seleta cerveja
stout.
Vários
vídeos guiam e explicam o processo de fabricação.
Os
ingredientes passam por um rigoroso processo de maturação e
fermentação separados por diversos estágios.
Ao passar
por toda essa parte e aprender tanto, já estava com a boca seca e
ansioso para provar o resultado desse processo. E, antes que eu
pudesse reclamar, chegamos à maravilhosa sala de prova, a GUINESS
Taste Experience, onde aprendemos como tomar uma Guinness (tocar,
ouvir, olhar, sentir e provar).
Primeiro,
deve-se tocar o fundo do copo para saber se está na temperatura
ideal. Então, escutamos o borbulhar da espuma, olhamos a coloração
avermelhada, depois sentimos o odor para, finalmente, provar do
néctar! Obviamente que só fiz isso no primeiro copo, do segundo (a
Luciane não bebe, melhor pra mim!) em diante não! Acabei tomando três
provas, mas como eles só enchem o copo até a metade, é como se
fosse um copo e meio.
Depois dessa
parada estratégica, continuamos a explorar a história da cervejaria
no andar que conta como a Guinness era transportada em barris de
madeira. A exibição tem um vídeo em preto e branco da época,
mostrando como cada barril era feito manualmente. Muito interessante!
Vimos também
os meios de transporte que foram feitos especificamente para a
fábrica, como navios e trens, que levavam os barris pelos rasos
canais de Dublin.
E, para finalizar o tour, chegamos ao
último andar da fábrica, onde, em uma sala com vista de 360º
da cidade, havia um bar que servia um pint para cada visitante
saborear e aproveitar a vista.
Como a
fábrica era um passeio para mim, para compensar tive que agradar a
patroa, acompanhando-a ao Museu do Leprechaun.
Sim, o bom e velho duende. Bom, apesar de hoje ser uma criatura
imaginária e há muito desacreditada, por muito tempo, há centenas
de anos atrás, a crença nesses seres não humanos era muito forte e
presente na vida da sociedade.
O museu em
si é bem bobinho, com um único destaque para a sala em que todos os
móveis são enormes para nos fazer sentir pequeninos como os
duendes. Mas, em algumas salas, uma guia do museu aparece para nos
contar um pouquinho da história das Fairies (ou fadas). E foi muito
interessante descobrir que a crença nelas era tão forte que afetava
a sociedade e teve consequências curiosas e até questionáveis.
A lenda
começa antes da existência da Irlanda, quando os humanos chegaram a
essa terra e travaram uma batalha com as Fairies. Ao vencer a guerra,
os humanos foram muito benevolentes ao permitir que os seres vivessem
ali, sob a condição de que permanecessem debaixo da terra. Por
isso, todos os poços d'água eram considerados portais para o mundo
das Fadas e qualquer fenômeno misterioso ou acontecimento
extraordinário que acontecia em casa, ou com as pessoas, era
atribuído a elas. Acreditava-se que se alguma criança tinha algum
dom fora do comum - como cantar bem -, provavelmente ela havia sido
levada pelas fadas que ensinaram tudo. Se você não queria alguma
coisa que era atribuído a elas, a solução era jogar dentro do poço.
Daí, evoluiu para que se desse oferendas para que nada de ruim
acontecesse. Acho que vem desse costume a origem de hoje se jogar
moedas e fazer pedidos em fontes e poços d'água.
O pote de
ouro no fim do arco-íris tem a mesma explicação que conhecemos. Os
duendes, que são os sapateiros das fadas, escondem ali suas
riquezas, dentre as coisas que eles subtraem da gente e, quando
tentamos achar, ele some junto com o arco-íris.
Essa
história de Fairies chegava a alguns extremos como, por exemplo,
quando os bebês eram muito inquietos ou choravam muito sem dormir,
logo diziam que haviam sido levados pela Fada e trocados por um bebê
delas. E isso servia de desculpa para algumas mães “devolverem”
os bebês, jogando-os no poço.
Outra boa
história é com relação a árvores, pois algumas que nasciam e
cresciam em lugares afastados e isoladas de qualquer outra logo eram
denominadas como “a árvore da Fairy”. Por isso, seria de mau
agouro mexer com uma delas. Tanto que, recentemente, quando o governo
estava construindo estradas na Irlanda, uma dessas árvores estava no
caminho e toda a comunidade local protestou quanto a sua derrubada.
Mandaram cartas, falaram ao rádio e tudo mais, até que a
construtora mudou os planos e construiu a estrada contornando a
árvore (Igualzinho ao desenho do pica-pau!).
Ou seja, o
museu em si é pequeno e pouco atraente, mas valeu para conhecer as
lendas e descobrir que havia um enredo complexo e bem definido de
papéis e explicações que não deixam nada a desejar para algumas
religiões de hoje. Estranhamente, por razões que não entendi, o
museu, apesar de seu nome, fala muito mais sobre fadas do que sobre
duendes.
Farei
um post de curiosidades para contar em mais detalhes tudo sobre as
fadas e incluirei o link aqui.
Para
encerrar o dia, procuramos por um pub
tipicamente irlandês,
com aquele show de dança e música em que
os dançarinos pulam e sapateiam sem mexer os braços.
Não havíamos reservado, porém chegamos bem cedo ao Arlington Pub, na região do Temple Bar. Não conseguimos uma mesa no salão do show, que daria direito ao show e ao jantar. Entretanto, pudemos nos sentar em uma das mesas próximas ao bar, onde não teríamos que pagar pelo show e, ainda assim, daria para vê-lo a poucos metros de distância, podendo comer e beber pelo menu normal. Descobrimos, no decorrer do show, que foi a melhor opção, pois, antes dos dançarinos, há uma dupla de músicos ao estilo comediantes interativos com o público, que foi absolutamente desnecessária. Como já estávamos há horas esperando o show e já havíamos jantado, queríamos ver logo a dança e partir para o hotel. Só uma hora depois, subiram ao palco os dançarinos que fizeram uma performance turística e empolgante do estilo de dança deles.
Não havíamos reservado, porém chegamos bem cedo ao Arlington Pub, na região do Temple Bar. Não conseguimos uma mesa no salão do show, que daria direito ao show e ao jantar. Entretanto, pudemos nos sentar em uma das mesas próximas ao bar, onde não teríamos que pagar pelo show e, ainda assim, daria para vê-lo a poucos metros de distância, podendo comer e beber pelo menu normal. Descobrimos, no decorrer do show, que foi a melhor opção, pois, antes dos dançarinos, há uma dupla de músicos ao estilo comediantes interativos com o público, que foi absolutamente desnecessária. Como já estávamos há horas esperando o show e já havíamos jantado, queríamos ver logo a dança e partir para o hotel. Só uma hora depois, subiram ao palco os dançarinos que fizeram uma performance turística e empolgante do estilo de dança deles.
Não
recomendo ir com reserva e pagando pelo show. Acho que se fossemos a
algum teatro ou casa de show maior, seria bem mais interessante. Mas
esse esquema que fizemos valeu a pena e, como só pagamos pelo jantar
e bebidas, o show foi um “plus adicional a mais”!
No dia seguinte, viajamos
de ferryboat para o País de Gales, mas isso fica para o próximo
post!
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