Choveu
muito durante a noite, mas, pela manhã, o chão estava apenas um
pouco molhado. Nosso hotel ficava numa estrada bastante sossegada e
um pouco fora da cidade de Blaenau Ffestiniog. A escolha por ficar
nesta cidade se deveu à curiosidade de conhecer uma mina de ardósia.
É, é isso mesmo. Já, já explico.
As
indicações do nosso livro eram muito vagas e ficamos com medo de o
GPS não dar conta. Aí, resolvemos perguntar para o carinha do
hotel. Vocês acham que o inglês britânico é complicado? Nossa,
nunca vi nada igual ao inglês dos galeses. Cheguei à conclusão de
que entendia apenas dez por cento do que eles falavam. Bruno entendia
um pouco mais. Bom, o importante é que deu para encontrar a mina.
Para
chegar até Blaenau Ffestiniog, passamos por estradas bem no meio do
Snowdonia National Park. Snowdon é a montanha mais alta do País de
Gales e o parque ocupa praticamente toda a parte oeste do norte do
País de Gales. As paisagens são incríveis e, quanto mais nos
aproximávamos da mina, mais víamos montanhas com muitas, mas muitas
pedras cinzas.
Blaenau
Ffestiniog já foi a capital da ardósia no norte do País de Gales.
Há muitas minas espalhadas pelo país ainda em funcionamento. A que
queríamos visitar não funciona mais, apenas para visitação
turística. Mas fiquei muito espantada, alguns dias depois, quando
liguei a TV e vi a notícia de que uma mina havia sido soterrada e
alguns mineiros haviam morrido. Por mais que tenham evoluído, ainda
é um trabalho muito perigoso. E foi justamente esta noção que o
passeio deu para a gente!
O
nome do lugar é Llechwedd Slate Caverns (o site é bem legal
http://www.llechwedd-slate-caverns.co.uk).
Eles têm dois passeios para dentro das cavernas: o “Miners’
Tramway Tour” e o “Deep Mine Tour” (no site, há vídeo dos
dois passeios). Fizemos os dois e nesta ordem. É como recomendo,
pois o segundo eu achei mais interessante.
Em
ambos, a gente anda de trenzinho. No “Miners’ Tramway Tour”, o
percurso
é pela
superfície
mesmo, mas entra
nos
túneis da mina.
Depois de um curto passeio, saltamos do trem, dentro do
túnel,
sentamos em um banco
em uma das cavernas
e o guia explicou um pouco de como era o trabalho dos mineiros.
Difícil
(ou
impossível)
é entender o que o guia fala. Para piorar, havia uma moça com um
bebê que chorou escandalosamente durante todo o passeio. Não demos
sorte...
O
passeio mostra
como era o trabalho dos mineiros há cento e setenta anos atrás.
Muito triste imaginar que se começava ainda menino, com doze anos,
com expectativa de vida de mais uns quarenta anos, trabalhando na
mina sem cessar, doze horas por dia, folgando somente aos domingos!
As minas são
escuras, frias e úmidas. Muitas vezes, trabalhavam no escuro ou à
luz de vela, quando possível. Fico imaginando a quantidade de
acidentes por dia...
Bonecos
ilustravam todas as funções ocupadas pelos mineiros.
No segundo tour
(“Deep Mine”), o trem nos leva para baixo, na linha ferroviária
mais inclinada da Grã-Bretanha.
Entramos nas
cavernas subterrâneas.
Aqui,
não há um guia. Em cada caverna, há bonecos de mineiros e gravação
de vozes, como se fossem eles mesmos nos explicando cada uma de suas
funções. Há reprodução do barulho das escavações e os bonecos
estão em suas posições de trabalho. Alguns pendurados em frágeis
cordas, bem no alto das
pedras.
Depois de sairmos
das minas, demos uma volta por lá. Há uma réplica de uma pequena
vila do século XIX, com casas típicas, para mostrar como as pessoas
viviam. De fato, na época, os mineiros moravam ali, com suas
famílias, para ficarem mais próximos do trabalho.
Abaixo, o trenzinho
que era usado pelos mineiros naquela época:
E também como era o
trabalho de um ferreiro:
Havia, ainda, uma
lojinha, vendendo artefatos feitos com ardósia. Mas, na verdade,
onde mais vimos ardósia foi mesmo nos telhados cinzas que existem
por todo o País de Gales.
Estava
muito frio àquela hora da manhã e foi com muito prazer que entrei
no nosso carro
em direção ao próximo destino: Portmeirion, que fica a vinte
minutos dali.
Gente,
Portmeirion é uma cidade totalmente
criada e
construída
por uma pessoa, em sua península particular. Isso mesmo, uma “cidade
privada”, no topo de uma baía, um lugar superprivilegiado. Mas,
como é uma cidade com dono, a gente tem que pagar entrada se quiser
conhecê-la e o carro fica estacionado do lado de fora.
O criador da aldeia
em estilo italiano foi um arquiteto galês chamado Clough
Williams-Ellis (nascido em 1883 e morto em 1978).
Segundo o meu guia,
ele teria realizado um sonho de infância, construindo uma cidade do
seu jeito e no lugar em que ele mesmo escolheu.
É muito
interessante! Bruno ficou superempolgado, disse que estava se
sentindo num parque da Disney. Realmente, a cidade tem de tudo:
igreja, praça, barraquinha de sorvete e até um hotel!
Ao redor da praça
que se vê na foto abaixo, há cinquenta construções muito
coloridas e em vários estilos diferentes: oriental, barroco, gótico
etc.
No meu guia, dizia
que os turistas podem se hospedar no luxuosíssimo hotel ou em uma
das charmosas casas da vila. Não tivemos tempo de checar essa
informação. Ainda tínhamos muita coisa para ver no dia de hoje.
Dá só uma olhada
na piscina do hotel à beira mar:
Gastamos
em torno de duas horas passeando pela cidade, mas o tempo passou
voando! Não conseguimos explorar a cidade toda, com calma, como
gostaríamos. Esse passeio realmente me surpreendeu. Fui achando que
encontraria uma cidade normal, apenas fundada pelo tal arquiteto. No
final, dei de cara com uma cidade que mais
parecia um
parque
de diversões.
Próximo à saída,
havia uma última loja de lembranças. Mesmo com pressa, não resisti
a dar uma olhadinha. E o que destaco para vocês é a porcelana de
Portmeirion, muito famosa e muito bonita. Depois, nós a vimos em
vários lugares do País de Gales e mesmo fora dele.
Como o dia foi muito
longo, resolvemos dividi-lo em duas partes.
Aguardem para muito breve o próximo post com a segunda metade do dia!
Olá, adorei o blog! Gostaria de entrar em contato para lhe oferecer uma proposta interessante par ao blog.
ResponderExcluirPor favor, aguardo seu retorno.
Grata,
Antonieta.
Olá Antonieta, tudo bem? Muito obrigada pela visita! Que bom que gostou! Vamos fazer contato pelo twitter? Minha @ é @lutesch. A gente pode trocar DM! Bjs, Luciane.
ResponderExcluirOi Luciane,
ResponderExcluirParabéns pelo Blog!!! Está sendo muito útil. Estou planejando a nossa viagem ao País de Gales.
Por favor, vocês se lembram +- quanto tempo durou a Ultimate Slate Mountain Experience?
Muito obrigado!
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