Elegemos o dia de hoje
como o dia de conhecer a principal atração de Cardiff: O Castelo!
Nosso
hostel era bem pertinho, então fomos a pé. Aliás, o hostel era
muito bom e vale um post à parte (em breve!)
Cardiff
tornou-se capital do País de Gales em 1955. Mas sua primeira
ocupação remonta à época dos romanos que, aqui, construíram uma
fortaleza no ano 75 d.C. Esta fortaleza esteve situada justamente
onde, hoje, é o castelo de Cardiff. Antes de entrar no castelo, vale
a pena, portanto, reparar em suas muralhas. É possível ver as
ruínas do forte romano separadas do resto da muralha por uma faixa
de pedras vermelhas.
Assim que
entramos, demos de cara com o símbolo do País de Gales - que,
aliás, eu adoro - o dragão (é claro que trouxe um de pelúcia para
casa, né?).
É muito
interessante estar no Reino Unido, mas ver como os galeses mantêm
sua identidade, seja pela bandeira, seja pela língua. Todos os
folders têm as mesmas informações dos dois lados, uma em inglês e
a outra em galês.
Entramos
na lojinha e compramos nossos tickets (11 libras) e audioguias (que,
luxo dos luxos, aqui tem em português!). A primeira etapa do passeio
é um video, que faz um “resumão” da história do castelo. Assim
que ele acaba, um rapaz abre a porta de saída para gente, que é
para dentro das muralhas. As muralhas são corredores fechados e com
teto.
Estes
corredores foram utilizados como abrigo durante a Segunda Guerra
Mundial.
Para nos
sentirmos como se estivéssemos naquela época, há um som de
bombardeio aéreo, sirenes e tiros. As pessoas viveram ali durante os
anos de guerra, pois Cardiff foi fortemente bombardeada pelos
alemães, dada sua importância como porto e polo industrial. Havia
várias camas beliche, uma cozinha e umas roupas penduradas, típicas
de guerra.
Assim que
o tour pela parte coberta dos muros acaba, temos uma visão magnífica
de toda a área externa do castelo de Cardiff.
Há dois
prédios principais: o castelo de Cardiff propriamente dito e a torre
normanda. A torre me chamou a atenção na hora, por sua posição em
destaque.
Ela foi a
primeira fortaleza, construída aqui no século XI.
Nos jardins, podemos ver algumas reproduções de objetos medievais, como uma catapulta
Nos jardins, podemos ver algumas reproduções de objetos medievais, como uma catapulta
Durante
os setecentos anos que se seguiram, a propriedade passou pelas mãos
de várias famílias, até que, em 1776, tornou-se propriedade de
John Stuart, filho do Conde de Bute. Em 1869, o 3º Marquês de Bute
contratou um arquiteto excêntrico, chamado William Burges, que, até
1881, fez várias reformas no castelo, deixando-o com a aparência
atual.
Por
dentro, é bem mais impressionante. Começamos pela Sala Árabe. Se
você me perguntar o que eu achei da sala, nem sei te dizer, porque
fiquei com o pescoço dolorido de tanto olhar para o teto.
Essa sala
foi uma das últimas a ser desenhadas por Burges, justamente no ano
em que ele morreu (1881). O estilo do teto é conhecido como
“muqamas”, feito de madeira dourada com folha de ouro e decorada.
A sala
seguinte é a “sala de banquete”.
Essa é a
maior sala do castelo e fica na parte mais antiga do prédio. As
paredes são do século XV, mas toda a decoração é em estilo
vitoriano e é temática. A lareira, por exemplo, mostra Robert,
Conde de Gloucester e primeiro proprietário do castelo de Cardiff,
montado em seu cavalo. Segundo dizia o guia, ele era filho ilegítimo
do rei Henrique I.
As
paredes foram pintadas em 1875 e ilustram histórias do século XII,
quando Matilda, filha do Rei, lutou pelo trono do pai contra seu
primo Stephen.
O próximo
cômodo é a “sala de jantar pequena”. Era usada pelos membros da
família Bute quando não havia convidados ou estes eram poucos.
Aqui, o
teto também é espetacular e desenhado pelo próprio Burges.
O tema da
sala é bíblico, inspirado no livro de Gênesis. A chaminé mostra
três anjos circundados por Abraão e Sara e uma inscrição em grego
logo abaixo diz: “não o sabendo, hospedaram anjos”.
Por
último, visitamos a belíssima biblioteca, que fica na parte mais
antiga da casa.
O tema da
biblioteca é a literatura e a língua. Para variar, em cima da
chaminé, havia alguma representação. Nesta, estavam representadas,
em tábuas de pedra, as cinco línguas “antigas”: Grego,
hebraico, assírio, hieroglíficos e o rúnio.
Um
detalhe que achei muito interessante foi saber que o Lord Bute,
embora admirador do mundo medieval, também era ligado em invenções
modernas que lhe trouxessem conforto. Com isso, desde 1870, ele
tratou de instalar aquecimento central no castelo!
Findo o
passeio no castelo do Bute, nos dirigimos à imponente torre
Normanda.
Como já
disse antes, a torre Normanda é o prédio mais antigo do complexo. Foi construída no ano de 1093, por
Robert Fitzhamon de Gloucester. Não só era utilizada como moradia, mas, também, como
defesa militar.
A vista
de lá é muito bacana! Dá para ver o castelo de Cardiff e, por
trás, o Millennium Stadium.
A família
Bute foi a responsável por tornar o porto de Cardiff o maior do
mundo em exportação de carvão extraído das próprias minas do
País de Gales e, também, de parte da Inglaterra. O 3º Marques de
Bute, em 1860, era considerado o homem mais rico do mundo. Mas, com a
morte do 4º Marquês de Bute, a família, cheia de dívidas, teve
que se desfazer do patrimônio. Em 1947, o castelo de Cardiff e o
Bute Park (que fica ao redor do castelo) acabaram doados à cidade de
Cardiff.
Na saída,
percorremos a calçada ao longo do muro do castelo para ver outra
atração, o “animal wall”.
É um
muro um pouco mais baixo, “protegido” por vários animais.
As
estátuas foram colocadas entre 1885 e 1923.
Adorei
esse ursinho, que parecia estar olhando para mim.
Depois de
passar a manhã e parte da tarde no castelo, fomos dar uma olhada nos
arredores.
Ali bem
perto, fica o bonito prédio da Prefeitura, construído em 1905.
No alto
de sua cúpula, de 60m, está o dragão, o tão famoso símbolo do
País de Gales.
Andando
mais um pouquinho, chegamos ao National Museum of Wales. O museu
conta a história do País de Gales desde a era pré-histórica.
É um
museu bacana, mas não chega a ser uma atração imperdível.
Já de
noite, voltamos ao hotel caminhando e aproveitamos para ver o castelo
de Cardiff iluminado.
E por
hoje foi tudo. No próximo post, nosso último dia no País de Gales,
que vai deixar muita saudade...
Estaremos (eu e minha esposa) em Cardiff para o jogo da final da Champions League, de 1 à 4 de junho deste ano!
ResponderExcluirSó consegui hotel em Cardiff de 1 à 2, minha dúvida é se de 2 à 4 me hospedo estou em Swansea, Bristol ou em outra localidade, o que acha? Levando em consideração a distancia e demais aspectos turísticos.
Desde já agradeço, se puder ajudar...
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